Nos estertores de 2013, uma análise sobre possibilidades nas próximas eleições presidenciais em âmbito nacional, passando pelo nosso Estado, em texto de 'expert' em leitura eleitoral, Cesar Maia, ex-Prefeito do Rio de Janeiro.
" A
IMPROBABILIDADE DE EDUARDO CAMPOS SE APROXIMAR DE AÉCIO
NEVES!
1. Os elogios mútuos entre Aécio e Campos fazem parte
da teoria de ballotage (eleições majoritárias com
segundo turno). Os concorrentes devem focalizar quem acham que vão
enfrentar no segundo turno e suavizar com os demais, de forma a contar com
esses eleitores no segundo turno. Mas o problema está quando
os votos dos candidatos que disputam a segunda vaga não têm
espalhamento. Isso termina cristalizando os votos de cada qual em suas
regiões.
2. Comecemos pelos Sudeste, que tem 43% dos eleitores. Aécio
certamente sairá de Minas Gerais com uma votação que
fará lembrar Brizola em 1989 no Rio e Rio Grande do Sul. Em S.
Paulo, pela polarização PSDB x PT, não haverá
espaço para o crescimento de Eduardo Campos. No Rio há um
vetor para o crescimento de Campos, mas esse depende inteiramente de Marina
Silva. Se ela tivesse transferido o título para o Rio, seria
favorita. E não se vê quem queira sacrificar seu mandato para
ser o governador de Campos no Rio.
3. O
perfil de Marina não sugere que ela vá jogar sua imagem numa
candidatura perdedora. Se isso não ocorrer e ela ficar tocando
realejo durante as eleições (expressão usada por
Brizola para quem não se envolve), a polarização se
dará entre Dilma e Aécio. Ela entre os de renda e
nível de instrução menores e ele o
contrário.
4. No Nordeste, onde Campos tem sua base maior, assim mesmo ela
só tem concentração significativa em Pernambuco.
É no Nordeste onde Dilma tem os melhores índices lastreados
por Lula que, com certeza, estará peregrinando pela região na
campanha. Campos vence Dilma em Pernambuco, mas perde para Lula. No
Centro-Oeste a presença de Marina dificultará a atratividade
de Campos. No Norte, da mesma maneira.
5. Finalmente, no Sul, Campos não tem superfície de
contato (expressão usada por Getúlio Vargas para candidaturas
sem base regional ou setorial). No Paraná a
polarização será entre PSDB e PT/PMDB. No Rio Grande
do Sul entre PT e PP, que terminará atraindo os eleitores anti-PT
para o voto útil.
6. E é esse voto útil (trocar de candidato por achar
que seu candidato não tem chance) que, nas condições
atuais, tende a emagrecer ainda mais a candidatura Campos, com o
início da campanha. Ocorrendo isso, Marina preservará a sua
imagem e não assumirá o carimbo de perdedora. Com seu staff
não faltarão temas para ela fazer esse descolamento
explícito.
7. Um voto útil em relação a Campos só
desaguará parcialmente em Aécio, o que aumenta a necessidade
que surjam dois candidatos –um pela esquerda e outro pela direita-
para criar um ambiente de segundo turno.
8. Segundo o Ibope, Dilma se encontra no patamar de votos
(incluindo brancos e nulos) que obtiveram Lula, Lula e ela nas três
presidenciais: 43%. Aécio tem 14%. Campos 7%. Campos emagreceu um
pouco entre as duas últimas pesquisas do Ibope, num sinal que o
impacto Marina se diluiu muito cedo e não surgiu nenhum vetor
multiplicador.
9. Bem, essa é uma projeção de cenários
em base às condições deste final de 2013. Mas num ano
de Carnaval retardado para março, de Copa do Mundo, de expectativas
que as ruas voltem a ser ocupadas..., construir fatos novos para quem
precisa deles não será tarefa fácil."
Um comentário:
SABE TUDO...
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